segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Constatação do dia

Estes dias, pensando em malcriações, educação, machucados e similares, lembrei de mim mesma há um ano, em pânico, achando que a vida nunca mais "voltaria ao normal" e pensando nooooooossa, como é difícil cuidar de uma recém-nascida.

Hahahaha, Dani de um ano atrás. Como você é bobinha.

Manter a criança viva, que é o que a gente no fim das contas faz no primeiro ano de vida, é a parte mais fácil! 

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Susto

Ontem, às vésperas de completar quinze meses de vida, a Helena visitou pela primeira vez um pronto-socorro (a enfermeira custou a acreditar quando eu disse que era a primeira vez que ela ia a em PS e que eu não sabia se ela era alérgica a medicamentos simplesmente porque só tomou Tylenol uma ou duas vezes na vida). Um minuto de distração, uma mãozinha curiosa, uma tampa quente do forno... e habemus uma queimadura.

Não sei o que mais me angustiou: os intermináveis quinze ou vinte minutos que se passaram entre o telefonema ela queimou a mãozinha e ela no meu colo (quando eu pude constatar que sim, era verdade, era uma queimadura pequena, e não as tragédias que imaginei neste interregno) ou ver minha filha chorando e sofrendo daquele jeito - porque gente... queimadura de formar bolha e tudo na mão dói que é a peste!

Enfim, ela foi atendida, medicada, curativada. Exausta, capotou quando chegou em casa e... acordou com tudo. Brincou com a molecada e ficou tentando comer o curativo (gigante!) da mãozinha.

E entendi o que as mães sempre dizem: eu sentiria, feliz, a maior dor de todas as dores do mundo... se isso pudesse livrar minha pequena daquele sofrimento.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Medrosa é a mãe


imagem: wikipedia


Depois de escrever o post de ontem, fiquei pensando nos meus próprios medos.

É claro que tenho aqueles medos normais de todo mundo: de ficar doente, de ver alguém querido sofrer, da violência urbana e todo aquele etc. que você deve conhecer muito bem.

Tenho também aqueles medinhos mais tontos particulares, do tipo injeção, roda-gigante (roda gigante na verdade pode entrar no quesito pavor).

Agora medo, medão, pânico MESMO, nível nem gosto de pensar nisso (mas penso e fico me sentindo mal toda vez que isso acontece) é de morrer. Dã, você vai dizer. Morrer é mesmo a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa.

Sim, concordo. Acontece que antes de ser mãe, eu tinha, obviamente, medo de morrer. Acredito que morrer não seja algo que as pessoas estejam dispostas a fazer. E eu era assim, como todo mundo. Mas, caso eu morresse, o que ia acontecer? Minha mãe ficaria com certeza muito triste, meu marido (espero) sentiria a minha falta e o meu chefe teria um chilique me mandando ressucitar imediatamente e só morrer de uma vez depois de entregar todo o trabalho que eu estava tocando. Mas nada mais que isso.

Mas depois da Helena... gente. Se eu morrer, ELA VAI CRESCER SEM MÃE!

Pensa no quão horrível isso pode ser! Uma menininha crescer sem mãe.

E aí me bate uma série de medos relacionados: vai que eu moro e meu marido casa com uma mulher que não gosta dela? Ou pior... que é fofa com ela na frente dele mas a maltrata escondido? E ela uma pequenininha que não sabe se defender. E se meu marido surta e impede meus pais de verem a neta?

E, sem mãe, para quem ela vai contar quando acontecer a primeira menstruação (gritar mããããe da privada, assustada/espantada com a situação, quem nunca?)? E em qual ombro vai chorar o primeiro coração partido? Quem vai organizar as festinhas de aniversário dela? Para quem ela vai ligar para contar que está grávida? Para quem ela vai correr quando tudo der errado? Em quem ela vai pensar quando precisar ouvir que sim, ela é a pessoa mais incrível que já pisou na face da Terra? Quem vai levá-la para NY pela primeira vez? Quem vai explicar que, definitivamente, não se deve sair de casa sem um brinco?

Fora o tanto de cupcake, bala e chocolate antes da hora que iam dar para ela, não é verdade?

Definitivamente, eu não posso nem pensar em morrer. Não nos próximos 30, 35 anos no mínimo.